BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS
“Estudo para elaboração de diagnósticos ambientais ao impacto da intervenção humana e a pressão do turismo de massa sobre os ecossistemas no município de Porto Seguro, Bahia”
Docente: Prof. Dr. Sílvio Sasaki
Discente: Mariene Nunes de Campos
RESUMO
No Componente Curricular Ciências Saberes e Práticas que se apresenta no primeiro período aos acadêmicos da UFSB, iniciantes em Bacharelado Interdisciplinar em Ciências e todo seu complexo vasto leque, vários saberes epistemológicos se entrelaçam e no intuito de fomentar a integração entre os mesmos, áreas diversas convergem, dentro de um objetivo comum: conhecer o território delimitado, tras em pauta, o Município de Porto Seguro, sob a ótica da Ciência. Sendo assim, no presente trabalho, o propósito foi desenvolver o olhar acurado que investiga as Ciências da Terra, mais especificamente o solo, lençóis freáticos, gerenciamento de resíduos sólidos no Município de Porto Seguro, Bahia, e, por fim elaborar um diagnóstico em busca de soluções. No tema comum ao todo: O impacto do turismo insustentável nos ecossistemas locais.
Introdução
Em tela
apresentamos diagnósticos ambientais, sob a ótica das
Ciências da Terra, dos solos, lençóis freáticos, resíduos sólidos, recifes de
corais do Município de Porto Seguro Bahia Brasil. E busca de soluções para tais problematizações.
É no solo que a vida humana está assentada, dele tira seu alimento, sobre ele constrói seu abrigo, do seu interior e através dele nos cursos d’água,dessedenta todo ser vivente dependente de água e retira materiais diversos, e se o mesmo se degrada pode representar séria ameaça a sua sobrevivência. Além do mais, analisar as formas de relevo e do solo permitem identificar a vocação natural de cada tipo de terreno, conforme suas limitações e potencialidades e consiste num instrumento útil para nortear propostas de planejamento em nível municipal.
Primordiais também os Lençóis Freáticos, Resíduos Sólidos são questões interligadas na ótica das Ciências da Terra, que merecem estar na pauta das grandes questões ambientais locais. Uma vez deteriorados irreversivelmente seria o fim, por exemplo, da atividade turística que é a mola mestra que move a economia local e garante o pão nosso de cada dia da maioria da população. As conseqüências seriam catastróficas!
Nada como se viver num lugar aprazível, salutar, é um direito fundamental na Declaração Universal dos direitos Humanos. Além do tratados internacionais em que o Brasil é signatário para garantir um ecossistema saudável e com recursos como água com potabilidade, florestas, ar respirável às futuras gerações.
Dos objetivos
O grande objetivo específico, uma vez constatado e embasado a probabilidade de risco ou degradação ambiental, é posteriormente divulgar massivamente a mesma, mobilizando a opinião pública para cobrar-se das autoridades responsáveis a severa aplicação da lei de crimes ambientais, posto que as mesmas vigentes no País são bastante avançadas e eficazes.
Visa ainda sobretudo, buscar junto da comunidade acadêmica, poder público e coletividade em constatadas degradações, buscar a melhor forma de reverter o quadro de forma efetiv
Metodologia
A metodologia da fotointerpretação como ferramenta de análise se mostra bastante eficiente. Imagens aéreas para geomorfologia e em zoom dos taludes, ravinas, para solo.
Ao interpretar e elaborar a descrição técnica de imagens, ao olhar se torna mais perceptível as características dos mesmos. E o plus, imput, output, de buscar exemplos que se encaixe em qual seria o procedimento ideal, na pretensa situação X?
Outro procedimento, a coleta de solo para posterior análise em 5 pontos desde as falésias até 5 Km adentrando a costa no sentido leste-oeste.
Na questão dos resíduos sólidos o procedimento foi seguir um caminhão coletor, observar e documental como a população vem tratando os descartes e no trajeto pensar soluções.
Entrevista “in off” com os coletores da limpeza pública da Secretaria Municipal de Limpeza Urbana e população em geral.
A boa e velha revisão bibliográfica.
O que é Diagnóstico ambiental?
A expressão diagnóstico ambiental tem sido usada com diferentes conotações por órgãos ambientais, universidades, associações profissionais, etc..
Contudo, diagnóstico ambiental pode ser definido como o conhecimento de todos os componentes ambientais de uma determinada área (país, estado, bacia hidrográfica, município) para a caracterização da sua qualidade ambiental. Portanto, elaborar um diagnóstico ambiental é interpretar a situação ambiental dessa área, a partir da interação e da dinâmica de seus componentes, quer relacionado aos elementos físicos e biológicos, quer aos fatores socioculturais. Silva (2000).
A caracterização da situação ou da qualidade ambiental (diagnóstico ambiental) pode ser realizada com objetivos diferentes. Um deles é servir de base para o conhecimento e o exame da situação ambiental, visando traçar linhas de ação ou tomar decisões para prevenir, controlar e corrigir problemas ambientais (políticas ambientais e programas de gestão ambiental). Silva (2000)
No estudo solicitado, no componente curricular: Ciências: Saberes e Práticas, pretende-se numa ação interdisciplinar, elaborar diagnósticos, no qual se solicita 3 temas. Sob a ótica das Ciências da Terra, contexttualizados, se delimita nossa pesquisa, para tal a conceituação da mesma torna-se preciso. Bem como outros fundamentos como os abordados acima.
GEOMORFOLOGIA
FOTOINTERPRETAÇÃO
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| Imagem :www.mundi.com.br/Fotos-Porto-Seguro-2710226.html |
Conforme publicação do Programa de Informações
para Gestão Territorial/GATE, desenvolvido pela CPRM – Serviço Geológico do
Brasil, elaborado por Marcelo Eduardo Dantas, Antônio Ivo de Menezes
Medina e Edgar Shinzato temos que:
A geomorfologia caracteriza-se pela presença de três unidades morfoesculturais: Superfície Pré-Litorânea; Tabuleiros Costeiros e Planícies Flúvio-Marinhas. Na imagem acima estão bastantes visíveis as respectivas unidades morfoesculturais.
Superfície pré-litorânea. Acima das falésias os Tabuleiros Costeiros
Planícies Flúvio-Marinhas e formação Recifal
A maior parte é ocupada pelos tabuleiros
costeiros, sustentados por rochas e sedimentos pliocênicos do grupo Barreiras.
As superfícies tabulares dessa unidade são delimitadas por rebordos escarpados
de falésias e vales encaixados em forma de “U”, com declives, em geral,
acentuados. (SAADI)
A unidade de superfície pré-litorânea de
relevo colinoso, coincide com o domínio das rochas do embasamento précambriano
na porção oeste da área. As planícies flúvio-marinhas (complexos praiais,
estuarinos e aluviais) são constituídas por sedimentos quaternários,
depositados no intervalo de tempo entre o Pleistoceno Superior e o Holoceno.
(SAADI).
A
título de curiosidade científica: na linha do tempo geológico, corresponde
a O Éon Pré-cambriano o conjunto de modificações em que o
Planeta Terra passa na qual proporcionou diversas características da Terra,
como a formação dos oceanos, da lua,
de muitos minerais, de sua oxigenação, da formação de algumas vidas
multicelulares e das placas tectônicas. . Ele se estende desde a formação da Terra cerca de 4,6 bilhões de anos atrás até ao início do
Período Cambriano, cerca de 541,0 ± 1,0 Ma, quando os animais
macroscópicos de carapaça dura apareceram pela primeira vez em abundância.
As
épocas do Pleistoceno e Holoceno, são classificadas por alguns em um
período distinto do Neógeno,
chamado Quaternário. Essa divisão por alguns e não por outros se dá porque não
há diferenciação entre os sedimentos marinhos do Neógeno e do Quaternário, mas
há entre os sedimentos terrestres.
No
pleistoceno (1,5 bilhões de anos até 12 mil anos) a Terra já é bem
semelhante a atual, porém passa por períodos de glaciação, aonde as calotas
polares se estendem até as regiões próximas dos trópicos (períodos conhecidos
como "eras do gelo"), intercalados por períodos mais quentes. A
última dessas "eras do gelo" terminou em torno de 12.000 anos atrás
dando início ao Holoceno, que é a época em que vivemos atualmente, e
extinguindo os animais que se adaptaram a viver com essas eras do gelo. Dentro
desse período geológico se deu a Geogênese da região investigada.
Cenozoico na divisão da escala de tempo geológico, se iniciou a 65 5 milhões de anos e se estende até a atualidade. O princípio da Era Cenozoica marca a abertura do capítulo mais recente da história da Terra. O nome desta era provém de duas palavras gregas que significavam "vida recente". Durante a Era Cenozoica, a face da Terra assumiu sua forma atual. Houve muita atividade vulcânica e formaram-se os grandes maciços montanhosos do mundo, como os Andes, os Alpes e o Himalaia. A vida animal transformou-se lentamente no que hoje se conhece.
Formaram também no cenozóico as neotectônicas as quais estão assentados os tabuleiros costeiros do sul da Bahia. Ocorreram ainda as grandes glaciações, surgindo novas espécies de vida. Já no fundo dos oceanos, houve o aparecimento de dorsais,cadeias de montanhas que são formadas nas zonas aonde as placas dos continentes se separam, como as do Mesoatlântica que separam a placa Sul americana da africana, de direção divergente, estão se distanciando.
Cenozoico na divisão da escala de tempo geológico, se iniciou a 65 5 milhões de anos e se estende até a atualidade. O princípio da Era Cenozoica marca a abertura do capítulo mais recente da história da Terra. O nome desta era provém de duas palavras gregas que significavam "vida recente". Durante a Era Cenozoica, a face da Terra assumiu sua forma atual. Houve muita atividade vulcânica e formaram-se os grandes maciços montanhosos do mundo, como os Andes, os Alpes e o Himalaia. A vida animal transformou-se lentamente no que hoje se conhece.
Formaram também no cenozóico as neotectônicas as quais estão assentados os tabuleiros costeiros do sul da Bahia. Ocorreram ainda as grandes glaciações, surgindo novas espécies de vida. Já no fundo dos oceanos, houve o aparecimento de dorsais,cadeias de montanhas que são formadas nas zonas aonde as placas dos continentes se separam, como as do Mesoatlântica que separam a placa Sul americana da africana, de direção divergente, estão se distanciando.
Essa família de falhas é, também, muito
representativa da organização estrutural da região, apesar de possuir traços
morfológicos com expressão menos acentuada.
Na realidade, trata-se, a maior parte das vezes, de feixes de falhas e/ou fraturas com direções variando direções e de largura muito variável. Freqüentemente, o feixe é caracterizado por uma ou duas falhas principais, relativamente bem marcadas na morfologia, associadas a uma série de lineamentos curtos, mas extremamente repetitivos. (NEOTECTÔNICA Por Allaoua Saadi).
É notável a assimetria dessas bacias de drenagem e o padrão divergente da rede de drenagem em relação aos vales tectônicos.
“O vale do rio Buranhém como vale alargado e alinhado indicando adaptação a falha, com basculamento, demonstrado pelo escarpamento de sua margem esquerda onde a drenagem é dirigida naquele sentido, integrando outra bacia”. Trocando em miúdos: Tudo isto ai que se vê é o “quintal” do Rio coexistindo com o território do assentamento humano de Porto Seguro"
Os vales desses rios são muito largos, com talvegues planos, alinhados e profundos, indicando adaptação a estruturas de "grabens" e fraturas de origem neotectônica (Saadi, 1998).
A
formação de um graben resulta do afundamento relativo de um bloco, formando uma
estrutura que se distingue dos vales de origem erosiva pela presença de
escarpas de falha em ambos os lados da zona deprimida. Dada a sua origem tectônica,
os grabens estão frequentemente associados a estruturas complexas onde se
alternam as zonas deprimidas (os graben) e as zonas levantadas (os Horst), em faixas com relativo
paralelismo. Os grabens são estruturas que compõem grande parte das bacias sedimentares do mundo.
Em contextos geotectónicos alargados
(isto é em estruturas com centenas ou milhares de quilómetros de extensão) os
grabens são por vezes designados por vales
de rift (ou, aportuguesado,
de rifte). (NEOTECTÔNICA Por Allaoua Saadi).
Há ainda a ocorrência de basculamentos de blocos nas proximidades da cidade de Porto Seguro, onde rios, cujas nascentes se localizam próximo ao vale do rio Buranhém, não pertencem a sua bacia, vindo a ser afluentes do rio João de Tiba, localizado a norte.
.
Outro tipo de feição é a própria geometria dos vales dos rios que, a exemplo do Buranhém e Jucuruçu, cortam os tabuleiros dentro de “vales largos e profundos, com talvegues chatos preenchidos por aluviões, onde os cursos divagam formando meandros”
Outro tipo de feição é a própria geometria dos vales dos rios que, a exemplo do Buranhém e Jucuruçu, cortam os tabuleiros dentro de “vales largos e profundos, com talvegues chatos preenchidos por aluviões, onde os cursos divagam formando meandros”
Meandro é uma curva acentuada de um rio que
corre em sua planície aluvial e que muda de forma e posição com as
variações de maior ou menor energia e carga fluviais durante as várias estações
do ano. Meandros são típicos em planícies aluviais (topografia madura), mas
podem ocorrer de forma mais restrita, também, em outras condições como sobre
terrenos sedimentares horizontalizados.
Alongamos na geogênese, de como se formou a
área de estudo devido à sua relevância na formação da geomorfologia configurada
atualmente, que caracterizam a formação da rede pluvial, relevo, a Mata
Atlântica de tabuleiro. Área esta sendo desde há muito, objeto de estudos dos
pesquisadores pela sua singularidade.
A singularidade da geomorfologia de Porto Seguro, pode trazer também um novo tipo de turismo o "turismo de pesquisa Geológica", de há muito divulgado, como na CIÊNCIA HOJE • vol. 26 • nº 153, 1999, o qual trancrevemos um trecho:
A singularidade da geomorfologia de Porto Seguro, pode trazer também um novo tipo de turismo o "turismo de pesquisa Geológica", de há muito divulgado, como na CIÊNCIA HOJE • vol. 26 • nº 153, 1999, o qual trancrevemos um trecho:
[...] "A idade do derrame de lavas de Pitinga não pode ser determinada por métodos radiométricos (que fazem a datação pelo decaimento radioativo de certos elementos) porque a composição da rocha, provavelmente um basalto, não é mais a original. Em alguns casos, a idade de rochas magmáticas encontradas junto ao litoral pode ser definida por associação com derrames próximos dentro do continente. A área de Pitinga, porém, está afastada de outros derrames, embora seja contígua a um banco (elevação no fundo do mar) rochoso, provavelmente de origem magmática, que bordeja a costa no sul da Bahia, a baixa profundidade. No entanto, esse banco (denominado Royal Charlotte) também não tem sua idade determinada, o que impossibilita uma associação temporal com as lavas. Aparentemente, as estruturas existentes na praia estão intercaladas nas rochas da formação Barreiras, o que permite estimar que teriam surgido do Terciário Superior (há cerca de 20 milhões de anos) até possivelmente o Pleistoceno (2 milhões de anos). Confirmando-se essa estimativa, esse derrame seria o único conhecido, nesse intervalo de tempo e na parte continental do país, o que o torna muito interessante. O fato de apresentar fluxos de espessura pequena, túneis e tubos revela ainda que esse derrame ocorreu quando o nível do mar era mais baixo e a linha de praia estava afastada de sua posição atual."
Ao enfocar mais especificamente o litoral baiano, deve-se relembrar os trabalhos que forneceram argumentos sobre feições ou efeitos localizados e/ou específicos da atividade neotectônica, NEOTECTÔNICA Por Allaoua Saadi Dentre outros, sobressaem os de King (1956), Tricart (1957), Howard (1962) e Tricart & Silva (1968) sobre a causa tectônica do afogamento plio-pleistocênico da baía de Todos os Santos; Hartt (1870). É pano para manga!!!
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| Mirante do Ninho da Águia Arraial d'Ajuda Porto Seguro |
Pela foto interpretação podemos perceber no mirante do
ninho da águia o Graben e o Rift do Rio Buranhem, em outras palavras o quintal
do Rio, sua margem pequena o leito em que corre e sua margem grande, a bacia por onde o Rio tem seu sistema de drenagem. Do de ponto vista geológico não é o
Rio que invade nosso quintal, nós é que invadimos o quintal do Rio.Toda essa
área em que corre o Rio até sua Foz é portanto, passível de alagamento.
SOLO
http://programas.inema.ba.gov.br/sigbiota/iesb/Sig/PROBIO_HTML/Solos/solos.JPG
Conforme exposto anteriormente, foram coletadas amostras de solos de cinco pontos no sentido leste oeste, litoral centro.
LOCAL 2: LADEIRA DA SANTA
http://programas.inema.ba.gov.br/sigbiota/iesb/Sig/PROBIO_HTML/Solos/solos.JPG
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| Talude da ladeira da Santa, Arraial d'Ajuda |
O solo faz parte integrante de qualquer construção, afinal é ele que dá sustentação ao peso e também determina características fundamentais do projeto em função de seu perfil e de características físicas como elevação, drenagem e localização. No que tange à mecânica dos solos, é é importante conhecer os três tipos básicos de solos: arenoso, siltoso e argiloso.
Para efeito prático de uma construção, é preciso conhecer o comportamento que se espera de um solo quando este receber os esforços. Para tanto, a Mecânica dos Solos divide os materiais que cobrem a terra em alguns grandes grupos:
• Rochas (terreno rochoso);
• Solos arenosos,
• Solos siltosos, e
• Solos argilosos.
Esta divisão não é muito rígida, ou seja, nem sempre (quase nunca...) se encontra solos que se enquadram em apenas um dos tipos. Por exemplo, quando dizemos que um solo é arenoso estamos na verdade dizendo que a sua maior parte é areia e não que tudo é areia. Da mesma forma, um solo argiloso é aquele cuja maior proporção é composto por argila.
Vale ressaltar que na falta de um laboratório as análises foram feitas de forma a abservação à vista desarmada e cruzamento de dados. Na ausência de recursos técnicos.
Os solos, na área em tela, são bastante desenvolvidos e lixiviados, predominando os Podzólicos Amarelos e os Podzóis, sobre os tabuleiros costeiros e os Latossolos Vermelho-Amarelo e Vermelho-Escuro, sobre os terrenos cristalinos; e solos Aluviais, Gleis e Areias Quartzosas Hidro-mórficas sobre as planícies flúvio-marinhas (Cavedon & Shinzato, 2000).
LADEIRA DO MUCUGÊ
Talude de mais de 80º, o recomendado é 45' , borda lateral da estrada do mucugê, solo lixiviado, argilo arenoso, carece fazer muro de arrimo. Sob risco deslizamento.
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| Ladeira do Mucugê |
De natureza areia argilosa, mais argila do que areia, o solo da ladeira da Santa, bastante modável e coeso, baixa capacidade de percolomento, mas uma vez encharcado vira um sabonete na água... Foi devidamente protegida de deslizamentos com a construção de sistema de drenagem de águas pluviais e muro de arrimo para contenção de encosta além de revegetado.
Talude da Estrada Arraial/ Vale Verde, em frente a ladeira do São José, margem esquerda sentido Arraial/Vale Verde. Latosolo. Solo mais estável para se trabalhar com fundações.
Talude da Estrada Arraial/ Vale Verde, em frente a ladeira do São José, margem esquerda sentido Arraial/Vale Verde. Latosolo. Solo mais estável para se trabalhar com fundações.
São solos em geral profundos, velhos, bem drenados, baixo teor de silte, baixo teor de materiais facilmente intemperizaveis, homogêneo, estrutura granular, sempre ácidos, nunca hidromórficos. Podem ser eutróficos (saturação por bases maior que 50%) ou distróficos (saturação por bases inferior a 50%);
São formados pelo processo denominado latolização que consiste basicamente na remoção da sílica e das bases do perfil (Ca2+, Mg2+, K+ etc), após transformação dos minerais primários constituintes. São definidas sete diferentes classes de latossolo, diferenciadas com base na combinação de características com teor de Fe2O3, cor do solo e relação Ki (SiO2/Al2O3).
Corte de via urbana sem critérios técnicos, sem curva de nível...
Geogênese de ravena. Sem escoamento...Erosão por Imtemperismo Pluvial (água de chuva)
Intemperismo por chuvas em solo desnudo, deterioração em grau máximo.
Talude ladeira de acesso ao bairro São José. medidas adequadas para
evitar deslizamentos, muro de arrimo corretos, o mesmo procedimento demandaria
executar em locais similares do Município. A inclinação do corte no
barranco recomendável não pode ultrapassar 45 graus,
para que não haja riscos de deslisamento.
Intemperismo por chuvas em solo desnudo, deterioração em grau máximo.
Para fins ilustrativos, processo adequado de urbanização de terreno inclinado, em curva de nível,revegetação do topo e bordas e drenagem pluvial. Condomínio Laranjeiras, Teófilo Otoni, MG.
Deixando a natureza fazer o que ela faz, se recompõe
Fundo do Campo em Arraial d'Ajuda, o solo se refazendo espontaneamente à medida que se auto-revegeta, a camada orgânica do solo (horizonte O) vai se recompondo. Posto que fora no passado toda área desmatada e terraplanada para construção do antigo "Campo de Pouso". A intervenção humana ai se faz preciso para extrair espécimes exógenas como o capim braqueara, para dar lugar à vegetação nativa de segunda geração, leguminosas como Fedegoso, e na terceira geração ecológica os antigos campos de Mangaba e Caju.
Lençóis freáticos
Estudos geofísicos conduzidos por Alexandre C. Monteiro;
Milton J. Porsanin CPRM, Divisão de Geofísica, Rio de Janeiro do Centro de Pesquisa em Geologia e
Geofísica Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia Campus
Universitário da Federação, Salvador, com o método da eletrorresistividade na
região de Porto Seguro (BA), objetivando de localizar o aqüífero mais promissor
para a exploração de água subterrânea na região.
Foram realizadas 60 sondagens elétricas verticais (SEVs) utilizando o arranjo Schlumberger. Destas, 14 foram realizadas para reconhecimento regional; 36 localizaram-se dentro da área de interesse e 10 distribuíram ao longo de um perfil regional ligando as cidades de Eunápolis e Porto Seguro. Estas últimas foram realizadas com o objetivo de delinear o topo do embasamento cristalino entre aquelas cidades.
Para auxiliar a interpretação foram utilizados dados disponíveis de perfis litológicos de poços perfurados na região. Utilizando-se as estimativas de espessura e resistividades de subsuperfície no intuito de determinar o aqüífero de interesse para a exploração de água subterrânea na região.
Formado predominantemente por arenito saturado com água doce e ocupa a porção centro-norte da área com o topo na profundidade a cerca de 80m e espessura não inferior a 70m. Tal aqüífero representa a melhor opção para a captação de água subterrânea no município de Porto Seguro.
É público e notório que a região de Porto Seguro na Bahia recebe um enorme fluxo turístico ao longo do ano. A maior parte da água consumida advém de poços perfurados no principal aqüífero associado à Formação Barreiras, que é a principal unidade estratigráfica da área. Com o objetivo de delinear o topo daquele aquífero usando o método geofísico de eletrorresistividade, tradicionalmente utilizado para a pesquisa de água subterrânea.
Sendo impactada a intenso crescimento populacional (condomínios, hotéis, favelas). Trata-se de uma região com problemas de abastecimento de água, visto que os mananciais superficiais estão sendo gradativamente assoreados e/ou poluídos devido a uma ocupação desordenada nas proximidades da cidade.
Rev.
Bras. Geof. vol.19 no.3 São Paulo Sept./Dec. 2001
MAPA
DO AQÜÍFERO PROFUNDO
Mapa contendo o topo desta
"última camada" aqui sendo interpretada como o topo do principal
aqüífero desta área. As camadas superiores, que nas SEVs (sondagens elétricas
verticais)comportam-se como um pacote com resistividade em torno de 500Wm,
também podem conter aqüíferos de interesse secundário para exploração.
DIAGNÓSTICO
O controle da poluição da
água é necessário para assegurar e manter níveis de qualidade compatíveis com
sua utilização. A vida no meio aquoso depende da quantidade de oxigênio
dissolvido, de modo que o excesso de dejetos orgânicos e tóxicos na água reduz
o nível de oxigênio e impossibilita o ciclo biológico normal. Ainda que haja um
grau de saturação para capacidade autodepurativa do mesmo.
A
legislação ambiental brasileira - constituída pela Lei 6.938, de 31.08.81, e
Resolução Conama 001, de 23.01.86 -
conceituou as águas interiores, as superficiais e as subterrâneas como um
recurso ambiental, e a degradação da qualidade ambiental, por sua vez, como
qualquer alteração adversa desse que os corpos d'água passam a ser de domínio
público. MACHADO, P. A. Leme. Águas no Brasil: Aspectos legais. Ciência
Hoje, jun. 1995.
No caso das águas subterrâneas, seu
domínio vai depender das direções dos fluxos subterrâneos e das áreas de
recarga (alimentação) e de as obras para sua captação terem sido contratadas
pelo governo federal. Em janeiro de 1997 foi, afinal, sancionada a Lei 9.433,
que estabelece a Política Nacional de Recursos Hídricos, que incorpora
princípios, normas e padrões de gestão de água universalmente aceitos e já
praticados em diversos países. (LANNA, A. E. Modelos de gerenciamento
das águas. a água em revista. CPRM, mar. 1997.)
Com a ressalva de que vivemos em tempos de "Climate changes", segundo estudo creditado acima, devido aos altos
índices pluviométricos nesta região onde não há estação seca durante o ano, é
razoável admitir-se que não ocorra problemas de recarga dos aqüíferos.
Pode-se portanto,
propor a perfuração de uma série de
poços posicionados sobre a Formação Barreiras na parte central da área, que foi
identificada como a mais promissora.
Tais perfurações
devem ser seguidas de perfilagem geofísica com o objetivo de maximizar o
desempenho dos poços e o aproveitamento do aqüífero.
Os poços poderiam abastecer a população de Porto Seguro, que no auge da alta estação recebe um fluxo turístico enorme.
Nesse período a água oriunda do rio dos Mangues
não é suficiente, e a água dos poços existentes dentro da cidade, segundo
informações obtidas no local junto as particularmente aquelas captadas
em terrenos antigos e aluviões, o ferro é encontrado com maior freqüência sob a
forma de bicarbonato ferroso dissolvido, em águas que devido à ação de
filtração lenta através das camadas permeáveis do solo, apresentam-se com baixos
teores de cor e turbidez, agressivas (pH baixo), ricas em gás carbônico e com
baixo oxigênio dissolvido.
As águas
contendo ferro dissolvido na forma de bicarbonato ferroso na ausência de
oxigênio são límpidas e de aparência agradável, após contato com o ar, o
bicarbonato oxida-se e precipita-se, ocasionando o mau aspecto, conferindo
coloração avermelhada à água e outros inconvenientes (sabor
"metálico", possibilita ainda o desenvolvimento de bactérias
ferruginosas). Como na maioria das vezes o ferro esta presente junto com a
matéria orgânica, as águas, em geral, não dispensam o tratamento químico e a
filtração. Neste contesto a oxidação com cloro e a filtração direta descendente
seguida de coluna de Carvão Ativado Granulado ( CAG ) apresenta-se como alternativa
técnica e economicamente viável para adequação destas águas, com teores de
ferro da ordem de 1,0 a 4,5 mg / l Fe.
Os testes até então realizados demonstram a
eficiência do leito misto areia e CAG para remoção dos compostos indesejáveis
gerados pela oxidação com o cloro, sendo necessário o acompanhamento do
processo para identificar o ponto de saturação do CAG, os residuais de ferro (
na forma de hidróxido férrico ) são removidos com eficiência da ordem de 80 a
90 % da concentração afluente. (STEPHEN, 1988).
No Brasil muitas regiões convivem com excesso de
ferro nas águas subterrâneas,
Assim, as águas subterrâneas constituem importante
fonte de abastecimento de água em todo o mundo, tendo-se verificado, nas
últimas décadas, uma grande atividade no aproveitamento desse recurso e, como
conseqüência, tem ocorrido expressivo incremento nos conhecimentos científicos,
tecnológicos e legais na área da hidrogeologia. As águas subterrâneas
representam cerca de 95% daquela disponível para consumo humano, sendo mais
protegidas da contaminação do que as águas superficiais (PICANÇO, 2002).
Apesar dessa maior proteção dos contaminantes
externos, as águas subterrâneas podem apresentar problemas de qualidade,
interferindo em seu uso para diversos fins. Dentre esses, um dos mais
freqüentes consiste na presença de ferro dissolvido em teores elevados,
limitando, algumas vezes, a utilização da água tanto para uso doméstico como
industrial.
Apesar do
organismo humano necessitar de até 19 mg de ferro por dia, os padrões de
potabilidade exigem que uma água de abastecimento público não ultrapasse os 0,3
mg/l. Este limite é estabelecido em função de problemas estéticos relacionados
à presença do ferro na água e do sabor ruim que o ferro lhe confere. No sistema
de tratamento, a presença de ferro na água pode implicar na sua precipitação
nos filtros e/ou no pré-filtro de poços, reduzindo a eficiência.
O ferro é o segundo metal mais comum na crosta
terrestre, apenas em menor quantidade que o alumínio. Suas fontes são minerais
escuros (máficos) como: magnetita, biotita, pirita, piroxênios, anfibólios e no
ambiente natural, a origem desse elemento pode estar relacionada a depósitos
orgânicos, detritos de plantas, podendo associar-se a colóides ou húmus, o que
dá a cor amarelada à água (CPRM, 1997).
O ferro pode ocorrer sob diversas formas químicas
e, freqüentemente, aparece associado ao manganês. Conforme RICHTER E NETO
(1991), no Brasil são comuns águas com altos teores de ferro, particularmente
aquelas captadas em terrenos antigos e aluviões. Teores elevados de deste
elemento são encontrados, com maior freqüência, nos seguintes casos: - Águas
superficiais com matéria orgânica, nas quais o ferro se apresenta ligado ou
combinado com a matéria orgânica e, frequentemente, em estado coloidal; - Águas
subterrâneas (poços, fontes e galerias de infiltração), agressivas (pH baixo,
ricas em gás carbônico e sem oxigênio dissovido, sob a forma de bicarbonato
ferroso dissolvido); -
Águas poluídas por certos resíduos industriais ou
algumas atividades de mineração. O ferro no estado ferroso (Fe+2) forma
compostos solúveis, principalmente hidróxidos. Em ambientes oxidantes o Fe+2
passa a Fe+3 dando origem ao hidróxido férrico, que é insolúvel e se precipita,
tingindo fortemente a água. Desta forma, águas com alto conteúdo de Fe, ao
saírem do poço são incolores, mas ao entrarem em contato com o oxigênio do ar
ficam amareladas, o que lhes conferem uma aparência nada agradável. Assim como
o manganês o ferro, ao se oxidar se precipita sobre as louças sanitárias,
azulejos, roupas, manchando-as. A precipitação de ferro presente nas águas é a
principal responsável pela perda da capacidade específica de poços profundo
(ZIMBRES, 2000).
Segundo CPRM (1997) no corpo humano, o ferro atua na formação
da hemoglobina (pigmento do glóbulo vermelho que transporta oxigênio dos
pulmões para os tecidos). A sua carência pode causar anemia e seu excesso pode
aumentar a incidência de problemas cardíacos e diabetes. A avaliação do ferro
nas águas subterrâneas para o consumo humano, se dá em função de suas
propriedades organolépticas. DELVIN, et al (1998) afirma que o acúmulo de ferro
no fígado, no pâncreas e no coração pode levar a cirrose e tumores hepáticos,
diabetes mellitus e insuficiência cardíaca, respectivamente. Ainda MAHAN (2000)
afirma que o ferro em excesso pode ajudar a gerar quantidades excessivas de
radicais livres que atacam as moléculas celulares, desta forma aumentando o
número de moléculas potencialmente carcirogênicas dentro deles.
No entanto por processos de filtragem são bastante eficientes: filtro é
a solução com elemento filtrante de produto DESFERRIZADOR como carvão ativado.
.
No que se refere a testes bacteriológicos, de aferição da
qualidade da água dos lençóis freáticos de Porto Seguro, não há referencial
técnico sobre o tema.
No
entanto nos Municípios brasileiros as ações de controle e
vigilância da qualidade da água têm sido extremamente tímidas. Muitos
municípios e localidades não dispõem de pessoal e de laboratórios capazes de realizar
o monitoramento da qualidade da água, do manancial ao sistema de distribuição,
tendo, até mesmo, dificuldades em cumprir as exigências da Portaria no 36/1990
do Ministério da Saúde. Segundo a PNSB (1989), das regiões brasileiras, mais
uma vez, a Norte dispõe de apenas 32,4% dos municípios com controle
bacteriológico da água dos sistemas.
A comunidade técnica brasileira já
reconhece a chamada “crise da água” e a necessidade de melhorar as ações de
vigilância e controle de sua qualidade, em que a revisão da Portaria no 36/1990
do Ministério da Saúde seria um dos passos (REVISTA BIO, 39, p. 1997).
Em 1997, em Foz do Iguaçu, durante o 19o
Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, esse assunto foi
extremamente debatido. Para Santos (apud BIO, 1997, p. 40), “o governo não tem
condições de negar que a qualidade da água potável merece mais atenção no
Brasil”. Segundo ela, “no ano passado (1997) o país gastou R$ 78 milhões com
internações em razão das doenças diarréicas”. Para Melo (ibid., p. 41), “falta
uma política consistente, com controle social e mecanismos de financiamento,
para o controle da qualidade da água”. ÁGUA
E VIDA; ASSEMAE; FUNASA. 1o Diagnóstico Nacional dos Serviços de Saneamento.
Brasília: ASSEMAE/FUNASA, 1996.
Para concluir a pauta lençóis freáticos,
que a UFSB seja um divisor de águas, com as futuras instalações de laboratórios
capacitados a aferir a qualidade da água com dados confiáveis. Esperamos
que esta publicação seja útil a todos os que trabalham com a vigilância em
saúde ambiental relacionada à qualidade da água para consumo humano e com a
identificação dos fatores de risco do ambiente que interferem na saúde da
população de Porto Seguro num futuro próximo.
Se tomarmos como exemplo a água da fonte sagrada de Nossa Senhora d'Ajuda, veremos que o descaso se faz na construção de estação elevatória de captação de esgoto a menos de cem metros acima da fonte, sem levar em consideração de num nível acima, terreno em declive. A probabilidade de contaminação é óbvia.
RESÍDUOS SÓLIDOS
"Aterro Sanitário" Local... Ou lixão em Porto Seguro
“Um
dos problemas ambientais das cidades contemporâneas é a geração excessiva de
resíduos sólidos urbanos (RSU), as sobras da civilização, os restos orgânicos
das cozinhas, as embalagens que envolvem os produtos consumidos no dia-a-dia,
os pneus e as garrafas de refrigerantes e água mineral” (AZEVEDO, 2004).
Considerando as tendências mundiais, a
pressão por um meio ambiente mais equilibrado e a consolidação de uma nova
realidade sócio-ambiental para o enfrentamento do problema dos resíduos
sólidos, faz-se necessário reunir esforços para o conhecimento de medidas que
minimizem a geração dos RSU ou destinem os resíduos de forma menos impactante
ao meio ambiente.
A Constituição Federal Brasileira no
Capítulo VI (DO MEIO AMBIENTE), Art. 225, garante a todos o direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado, e ao Poder Público e à coletividade o
dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. A
Constituição do Estado da Bahia em 1989, no seu Capítulo VIII (DO MEIO
AMBIENTE), garante o dever constitucional do Poder Público na defesa do meio
ambiente.
No Brasil a cultura da Sociedade do
desperdício, há um descomunal atraso no
manejo e do reuso dos RSU, talvez pela falsa sensação de abundância dos recursos naturais. Dados estarrecedores como o registrado
recentemente, apenas 2% dos resíduos sólidos de São Paulo são reciclados,
segundo o último Panaroma dos Resíduos Sólidos no Brasil, 2015, uma noção do quanto de lixo gerado não é
reciclado.
Infelizmente, se tomamos dados
vexatórios de São Paulo, esta realidade é bem mais gritante em Porto Seguro. Conhece-se
o grau de civilidade de um povo pelo modo como trata seu lixo e contra fatos
não há argumentos, conforme se pode
visualizar nas imagens acima não se pode designar de aterro sanitário o Lixão,
já que a destinação dos resíduos sólidos de Porto Seguro se dá de forma
totalmente inapropriada, são ignorados etapas como compactação e cobertura de
material inerte camada após camada. Ou mesmo é omitido como foi feito o
lajeamento isolante de vazamento de material contaminante no solo e lençol
freático como xorume e o risco do acúmulo do gás metano, altamente inflamável,
posto que não há drenagem de escape para os gases gerados na decomposição do
RS, que poderia se transformar em matriz energética ao invés de por em risco a
vida humana.
A população vizinha ao lixão de
Pindorama já fez vários protestos, e conforme matéria datada de 2014 abaixo,
temos que:
Aterro Sanitário de Porto Seguro é visitado (Administração anterior Claudia Oliveira)
http://www.portonewsnet.com.br/?mw=noticias&w=7301
"A
equipe da Secretaria Municipal de Trabalho e Desenvolvimento Social, no dia 17,
visitou o aterro sanitário de Porto Seguro, situado no quilômetro 40 da BR 367,
a fim de conhecer a situação das famílias que trabalham naquele local.
A ideia foi conhecer as condições de trabalho,
além de verificar se ali existe trabalho infantil, bem como identificar
famílias que ainda não estão cadastradas no Cad Único, pois a inserção no
programa vai garantir a elas o benefício.
A ex-prefeita se preocupa com as
condições de vida dessas famílias, em questões como de saúde, já que trabalham
sem nenhum equipamento de proteção, ficando vulneráveis à contaminação de
doenças, por isso, pretende-se estudar formas para uma melhor organização no
trabalho dos catadores, o que é fundamental para evitar conflitos e manter a
ordem.
Seguindo esta orientação, a Secretaria está apoiando os catadores no processo de estruturação de uma cooperativa a ser organizada por eles. "Essa é uma das alternativas para garantir segurança, direitos e dignidade à atividade", diz, acrescentando que novas reuniões serão realizadas com o grupo.
Seguindo esta orientação, a Secretaria está apoiando os catadores no processo de estruturação de uma cooperativa a ser organizada por eles. "Essa é uma das alternativas para garantir segurança, direitos e dignidade à atividade", diz, acrescentando que novas reuniões serão realizadas com o grupo.
Ao todo são 40 famílias
trabalhando em diversos turnos, com atividades voltadas a separar o lixo para
comercialização de materiais recicláveis: plástico, papel e metais, incluindo
materiais reutilizáveis para confecção de artesanatos."
Apropriado se faz trazer a baila deste
estudo, a referida reportagem acima, por explicitar a equivocada postura do
poder público perante este grave problema sócio-ambiental, e principalmente
sanitário, quarenta famílias expostas a todo tipo de contaminação e riscos, em
que mesmo sendo bem intencionada a iniciativa,
pesquisamos em minuciosa busca na web a respeito da criação da tal Cooperativa,
promessa aos catadores de lixão de Porto Seguro...Que nos desculpem a ironia.
Nada foi criado e pela proibição de se adentrar no local, sugerimos visita
técnica ao Lixão sob a tutela do UFSB e do Ministério Pùblico.
Ora, caso queira o poder
público ajudar estas pessoas que vivem no lixão, que se projetem usinas de
reciclagem, mas antes seria preciso que o mesmo se predispusesse a
implantar a coleta seletiva, campanhas maciças de conscientização social e
sensibilização coletiva, para que a comunidade portosegurense passe a destinar corretamente seus resíduos
sólidos.
Outra constatação, a cultura da reciclagem
é incipiente em Porto Seguro, ao seguirmos o caminhão de coleta observamos que
até mesmo garrafas de vidro dos bares
alta renda da zona nobre,tem como destinação o lixão.
Arraial d’Ajuda, sem coleta seletiva.
Lixo armazenado no bairro São José aguardando coleta incerta, segundo moradores.
Segundo dados da Secretaria de Trânsito e Serviços Públicos de Porto
Seguro tem a peculiaridade de cidade turística, a produção de lixo na alta
temporada salta de 120 toneladas dia para 400 toneladas dia, são resíduos
reaproveitáveis que uma vez implantados política de coleta seletiva e usina de
reciclagem poderiam estar além de
manterem um ambiente salutar, proporcionar renda e dignidade a muitas famílias
que vivem do lixo.
Ao deparar com os dados do lixo também
ser sazonal e saltar de 80 para 420 toneladas/dia na alta temporada, haveria
que implantar campanhas maciças junto aos hotéis, restaurantes, agências de
turismos e todo o trading turístico na responsabilidade de cada um, inclusive
com aplicação de incentivos como um selo de colaborador para sustentabilidade
ou mesmo multas aos que não aderissem à coleta seletiva.
Aliás, quando se fala em dados, não temos
dados confiáveis, por exemplo: O que acontece com o lixo hospitalar de Porto
Seguro? Não há transparência nas informações como o portal da prefeitura não
informa.
É
sabido que o destino do lixo
hospitalar é mais um grave problema no Brasil. Das 210 mil toneladas coletadas
em 2008, cerca de 80% não tiveram tratamento adequado, segundo Carlos David. “A
gente só tratou adequadamente 23%, ou seja, o resíduo hospitalar, além de ser
um problema para o meio ambiente, também é um problema de saúde pública porque
ele acaba sendo transmissor de várias doenças”, afirmou.
O
tratamento correto para os resíduos hospitalares, segundo explicou o presidente
da Abrelpe, é realizado por meio de três diferentes tecnologias: a desativação
eletrotérmica, micro-ondas e autoclave. Em alguns casos, pode também ocorrer a
incineração antes deles serem levados levados para os aterros sanitários.
(João Carlos David, presidente da Abrelpe, em
entrevista à Agência Brasil.)
Outro gravíssimo problema é o lixo
tecnológico, não há tampouco também uma cultura colaborativa de logística
reversa, pontos de coleta, é comum avistar no lixo, toda sorte de componentes
eletrônicos, pilhas, baterias, vai tudo para o lixão disfarçado de “aterro
sanitário”.
Não há vontade política que
incentive iniciativas como a do Sr Paulo "Sucateiro", todos o conhecem assim em Arraial d’Ajuda, imagem acima, ponto de coleta situado na estrada Arraial Vale Verde. Junto a família compra e revende recicláveis de Alumínio e outros metais, Pets,
papelão, há mais de 10 anos. Sem nenhum tipo de apoio técnico e
financeiro.
O terreno em que armazena os materiais
é a céu aberto e sem proteção do solo. Propomos a Sr Paulo há dois anos
elaborarmos um projeto já em adiantado
estágio para adequação do terreno e
implantação de uma Usina de Reciclagem de pequeno porte, 50 toneladas/dia.
Já em sua fase final, em que se
planeja fazer uma visita técnica ao projeto, “case” de sucesso implantado em
Itamarajú , a menos de 200 km de Porto Seguro, de usina de reciclagem e uma
estratégia para incentivar a cultura da coleta seletiva da população com a
criação da moeda verde, troca recicláveis por bônus resgatáveis em vária
empresas parceiras como supermercados, papelarias, farmácias, lanchonetes e
etc.
Dispusemos o projeto gratuitamente, não pudemos ainda fazer a visita técnica a
Itamarajú para complementarmos a mesma. Quem sabe agora se a UFSB entrar como parceira para finalmente sair do
papel a tão sonhada Usina de Reciclagem em Arraial d’Ajuda?
O levantamento da maquinaria, galpões,
impermeabilização do solo, estão finalizados, mas quando se trata de projetos
para financiamento, vários parâmetros técnicos e jurídicos devem ser seguidos a
risca sob o risco de ser rejeitado.
As limitações são inúmeras, mas
surge no horizonte uma nova esperança, a chegada da UFSB a Porto Seguro, que
terá como cerne as Ciências Ambientais e à medida que for se deparando com
estas iniciativas poderão prestar suporte técnico para que Pessoas como o Sr
Paulo, tenham as ferramentas de trabalho que demanda a atividade. O terreno ele
já tem, um caminhão de médio porte, e empresas como a Gerdau que uma vez por
mês recolhe em seu caminhão os metais coletados.
Há incentivos fiscais para empresas que
investem em empreendimentos ambientais. Hora então de partir para ação!
Durante a execução desta pesquisa tivemos
a grata surpresa de saber que um empreendimento ambiental recolhe para
reciclagem de 10 a 12 toneladas mês de
óleo de cozinha que se transformam em bio-combustivel e ração animal, a recóleo.
Outra iniciativa louvável que merece ser registrada é o Coletivo Praia Limpa, de alunos da UFSB que limpam as praias periodicamente.
Outro tópico que deve também ser debatido a destinação dos resíduos de construção
Em certos Municípios já é lei, areia é vendida ensacada para evitar que vá parar nos cursos d'água
Boa parte dos resíduos sólidos das construções, em geral telhas, metais, gesso, tijolos, madeira, areia, não tem destino certo, em geral são descartados em terrenos baldios, margens de rios e até mesmo na periferia. Dados de pesquisa dão conta de que para metro quadrado de material de construção, são gerados 150 kilos de entulho.
O acúmulo resulta em danos ambientais, tais como degradação do solo, obstrução de valas causando enchentes e ainda como incubador, vetor de doenças, dentre elas a dengue.
Este cenário é recorrente no Município de Porto Seguro, mas pode ser solucionado, de forma institucionalizada, promovendo sob o dispositivo legal vigente que dispõe da criação de um serviço de assistência técnica para a habitação social público, ou seja um SUS para arquitetura social.
A prática de assistir tecnicamente a população com menor renda é consagrada no Direito, com a defensoria pública; na assistência social, na saúde; na educação na segurança pública e agora, a moradia faz parte deste grupo.
Os projetos desenvolvidos sem a presença de um profissional tendem a utilizar materiais além do demandado, uma casa bem projetada faz diferença para o meio ambiente. Uma moradia com princípios sustentáveis é capaz de gerar ao município uma economia de 60% no volume de entulho, além de ajudar na preservação das áreas verdes da cidade, com a racionalização de até 80% do terreno construído.
Sabe-se que a questão do
lixo depende também do grau de civilidade da população e não foi raro encontrarmos durante os dias de campo nesta
pesquisa a observar, a consciência de
que a Rua que se mora, por parte de alguns, não é vista como um bem comum, a
extensão da casa.
Esta falta de vínculo com o coletivo faz
com que a Rua nada mais seja do que o
lugar onde se coloca os rejeitos fora e
se transita por ela. Para manter a sensação de limpeza dentro de casa, se
despeja o lixo na rua, independente se o caminhão de lixo já passou ou não, daí
ser comum nas caminhadas matinais avistar urubus e cachorros disputando os
restos fétidos putreficados do lixo da população indiferente a cena, que de tão
comum só espantam os turistas...Nos dois sentidos
AS CIÊNCIAS DA
TERRA
De acordo com Umberto G. Cordani, As
Ciências da Terra e a mundialização das sociedades, os princípios da Agenda
21, o principal documento resultante da eco-92, que traçaram parâmetros e compromissos
para o século XXI, firmados documentalmente por líderes mundiais, a sociedade sustentável do futuro deverá
mostrar um desenvolvimento econômico equilibrado, no mundo todo, em harmonia
com os sistemas de suporte da vida, em nosso planeta.
As Ciências da Terra têm um papel
crucial, visto que elas têm a responsabilidade da busca e do gerenciamento dos
recursos minerais e energéticos, da conservação, do gerenciamento dos solos e
da água,
Monitoramento contínuo dos processos
dinâmicos do Sistema Terra e da prevenção e mitigação dos
desastres naturais.Solidariedade social em nível global é necessária para o
alcance futuro de uma sociedade sustentável realmente equitativa e preocupada
com a justiça social.
Entretanto, as tendências atuais da
globalização, sob o domínio dos grandes conglomerados transnacionais, são as de
dar menor prioridade em face de assuntos como preservação ambiental e
desenvolvimento econômico do Terceiro Mundo.
Tais tendências precisam ser revertidas,
e os cientistas e profissionais das Ciências da Terra devem tornar-se
proativos, em comunicar-se com políticos, educadores e o público em geral, no
sentido de planejar adequadamente as atividades de desenvolvimento, evitando
possíveis impactos desastrosos para o ambiente.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
A proposta de identificar e
diagnosticar, na possibilidade de num futuro próximo, aprofundar e ampliar o
debate das políticas e práticas de sustentabilidade ambiental para a cidade de
Porto Seguro, relacionados a este tema no componente Ciências Saberes e Práticas,
de modo a poderem ser conduzidas pela
orientação docente , deu-nos uma pequena amostra do tamanho da responsabilidade
requeridas aos que pretendem seguir a senda das Ciências Ambientais.
Recordemos com Moscovici que as representações
correspondem, “por um lado, à substância simbólica que entra na elaboração e,
por outro, à prática que produz a dita substância (...)” (idem, 1978: p.41).
Entender a dinâmica que forma
essa interconexão auxilia, tanto em propostas de Educação Ambiental (e outras
políticas ambientais), como na formação preparatória e continuada de
profissionais que encerram as 162 questões
ambientais e suas interfaces, por serem representações muito intimamente
ligadas à própria educação ambiental.
Sabendo que esta dinâmica está
intimamente relacionada com a interação entre as próprias representações,
valores e experiências, enfatizamos a necessidade de maiores estudos a respeito
dessa interação e seus resultados. Considerando a questão ambiental como um
campo de problematização moral (Puig, 1998) bastante ativo em nossa época,
importa saber de que maneira os valores éticos vêm sendo articulados no
referido campo.
Podemos verificar que os
profissionais da área carecem dessas estratégias, buscando construir uma
sociedade sustentável, plena de sujeitos participativos, que se respeitem entre
si e aos demais seres da Terra, valorizem a si próprios e a tudo que existe,
buscando conviver da forma mais harmoniosa possível. A começar pelo nosso
exemplo. E o local onde vivemos, e estudamos atualmente, nossa querida Porto
Seguro.
É obrigação moral de todos nós,
agilizarmos esse processo, posto que as mudanças climáticas andem bem mais
rapidamente do que a burocracia dos que retém o real poder de efetivar
políticas ambientalmente corretas, usando a escala apropriada para a natureza
monumental dos problemas que impactam nossos ecossistemas de maneira
degradante.
Que a comunidade acadêmica faça a
sua parte! Temos pouco tempo para tentar reter o processo de destruição total
do abrigo comum de todos nós, o Planeta Terra. É o que a comunidade científica
mundial afirma veementemente.
CORDANI, U.G. A geologia do futuro. XIV
Simpósio de Geologia do Nordeste, 1991. Atas.
Sociedade Brasileira de Geologia, NE, Bol. n. 12, p. 9-12, 1991.
Umberto G. Cordani, As
Ciências da Terra e a mundialização das sociedades.
Goreau &
MacFarlane 1990, Glynn 1993, Fitt et al. 1993, Brown 1997, Wilkinson et al.
1999, Michalek-Wagner & Willis 2001)
Primavera
Silenciosa, Rachel Carson.
Muscatine
1990, Muller-Parker & D’Elia 1997, Stanley Jr. 2006)
Wilkinson, C. R. & Buddemeier, R. W. 1994.
Global climate change and coral reefs: implications for people and reefs.
Report of the UNEP-IOC-ASPEI-IUCN global task team on the implications of clime
change on coral reefs. IUCN, Gland, Switzerland. 124pp
SCHENINI & NASCIMENTO, 2002 GESTÃO PÚBLICA
SUSTENTÁVEL Pedro
Carlos Schenini ; Daniel
Trento do Nascimento ;
Revista de Ciências da Administração 2002
Revista de Ciências da Administração 2002
GEOMORFOLOGIA DA COSTA DO
DESCOBRIMENTO - EXTREMO SUL DA BAHIA: MUNICÍPIOS DE PORTO SEGURO E SANTA CRUZ
CABRÁLIA Marcelo Eduardo Dantas, Antonio
Ivo de Menezes Medina, e Edgar Shinzato,
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAe6i0AD/geologia-relatorio-viagem-campo

























